19 março 2009

- A outra

“Ele é casado, e eu sou a outra que o mundo difama e a vida essa ingrata maltrata, sem dó cobre de lama...” (Maria Bethânia )

Espanto e incredulidade quando é descoberta a “filial”; isso dá “pano prá manga” e desdobramentos dos mais inesperados.
A vida apresenta quadros inimagináveis e a fraqueza de um pode desmoronar meio século de casamento. A paixão é passível a qualquer um de nós, mais evidente que a ocasião faz o ladrão.
A parada chamada amor nunca está totalmente ganha; o mundo esta aí, cheio de solicitações, de novidades, é perigoso estacionar.
A mulher traída busca força no além, e mesmo machucada pela desilusão imediatamente muda sua conduta, busca sua melhor forma, troca o visual e tenta circunspecta achar os motivos, os erros e onde foi que esta relação se perdeu.
Matriz e Filial só combinam como letra de música, pois no amor é sem divisão, a menos que a sociedade alternativa prove ao contrário.
Infidelidade por si só é uma palavra pesada, fica difícil carregar. Convém lembrar, no entanto que a vida continua para ambos, e quem foi que disse que o melhor não está por vir?
Jamais se entende que a separação é uma derrota. Como na escola, a vida nos dá direito à reprovação, para que se prossiga com mais bagagem alcançada justamente nas dificuldades que a vida apresenta.


Ireninha
Texto escrito no ano de 1993

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