28 abril 2009

- Do Baú do Raul

# “Ninguém tem o direito de me julgar a não ser eu mesmo. Eu me pertenço e de mim faço o que quero.”

# “Eu como marido sou uma merda total. Como Raul Seixas sou o homem ideal”.

# Na cidade em Salvador papai ouvia Repórter Esso, mamãe colecionava revista “O Cruzeiro, e ficou muito deprimida quando Marta Rocha perdeu por duas polegadas a mais”.

(Raul Seixas)

- Família

Há quem diga que família é bom mesmo em porta retrato. Excluindo os exageros a organização como um todo é complicada. São laços de sangue em identidades e ideais diversos. A história bíblica já nos mostra a célebre e trágica passagem dos irmãos Caim e Abel que exibe bem o que muitas vezes se observa em corações de irmãos.
A rivalidade já é observada com clareza na infância, quando se disputa o brinquedo, o sorvete ou o beijo da mamãe.

- Ela gosta mais dele! Exclama um dos filhos quando percebe que a mãe conforta o outro ao colo.

Temos cinco dedos na mão e nenhum igual ao outro.
Assim são os filhos, os irmãos, cada qual guarda uma personalidade, um temperamento diferente. Muitos deles já adultos e igualmente pais, deveriam lembrar que “não importa o que fizeram de nós, o importante é o que faremos com o que fizeram de nós”.
Tudo nasce no berço de um lar, no entanto os caminhos nos levam a destinos tão diferentes.

24 abril 2009

- Set Produções - Noite Memorável

Aconteceu na última quinta/23 quando o Canal 20 chamou agências, seus apresentadores e convidados especiais para apresentação de uma nova etapa no ritmo do veículo. Entre champanhes, encontros cordiais e camaradagem usou da palavra Marcus Vinícius Sígnor, nova força administrativa do canal 20, que apresentou novas estréias de programas como o da Jornalista Joice Quadros e o espaço do comunicador e baluarte da imprensa Adelor Lessa que volta ao ar. Publicitários compareceram em massa além de políticos e empresários. Um destaque foi dado ao apresentador multimídia Murilo Carvalho tendo em vista o pioneirismo do seu programa no canal 20 tendo ele apostado desde a época nos resultados que hoje são expressivamente colhidos. Confira fotos da noite acontecida no Criciúma Clube.

Em noite de lançamento Felipe e Mª José (Zezé), Moacir Cláudio e Douglas Silveira Pinto na apresentação da nova programação do Canal 20 - Foto - Nessa Garcia

Publicitária Neda Traldi e Beverly Godoy Costa - Foto - Nessa Garcia



Marcus Vinícius Sígnor e Moacir Cláudio - Diretores da Set Produções - Foto - Nessa Garcia

- CHS - Noite de Alegria

21 ANOS DO COLÉGIO HERMANN SPETHMANN
15 ANOS DA UNIDADE VIDA.

O espaço de festas Germano Rigo com fartura de mesas e com um cardápio impecável foi cenário para as comemorações de ambas entidades educacionais. O Colégio HS comemorando sua maioridade, os seus 21 anos, e a Unidade Vida , o projeto de ensino para maiores de 40 anos, completando 15 anos de caminhada.

À noite de festa reuniu alunos, ex-alunos, professores, familiares e convidados especiais, além da imprensa que tudo registrou. João Paulo Messer num cerimonial aplaudido contou em breve texto, um pouco das belas jornadas das entidades. Noite para confraternizar. Abraços, o telão exibindo cenas das trajetórias educacionais, música e paladar afinado com a importância da noite. Flores foram distribuídas, brindes sorteados e a presença da marca Aroma da Terra como apoiadora da grande noite; e como quem aposta em cultura tem sempre lugar especial, aqui estão nossas considerações à benquista linha de cosméticos.

Após o jantar, todos mais a vontade se reuniram ao centro do amplo salão em torno de muitos sorrisos, abraços, fotos e dancing.
Confira as fotos da noite.

Célia Canarim, Myriam Thormann, Rose da Luz e Daniela Felício Luiz, elas que envolvidas com conhecimento, cultura e arte brindaram os 21 anos do Colégio Hermann Spethmann e 15 anos da Unidade Vida.

Deputado Acélio Casagrande e Rose da Luz

Convidados


Ricardo e Nadja Zambrano

Nazareno de Bom, João Paulo Messer, Zuleide e Pedro Herrmann


Funcionários/professores do colégio

18 abril 2009

- Prazer pela metade

Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete
de sobremesa, contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula
do meu sorvete preferido? Uma só.

Quanto mais sofisticado o restaurante,
menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa
com direito a repetir quantas vezes a gente quiser,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.

A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca,
de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual,
mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado,
mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.

Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo,
mas tem medo de fazer papel ridículo.

Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá,
mas se obriga a ir malhar. E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',
tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...

Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado' ?
Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola,
a balança e os 10 mandamentos.

Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam
a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: '
Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem,
podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete,
bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga:
duas bolas de sorvete de chocolate,
um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',
uma caixa de trufas bem macias e o
Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK ?
Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.

***Leila Ferreira***
Leila Ferreira é uma jornalista que adora

colecionar histórias das loucuras e das manias femininas.

13 abril 2009

- Convite CHS

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09 abril 2009

- Algo Mais Kids - Vinheta RBS

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Patrocínio Programa: ESTRELAS
Veículo: RBS TV

- Casa Londres

Cliente: Casa Londres
Produto: VT 30"
Veículo: SBT

- Arnaldo Jabour

Manchete de postagem:
Quantas Verdades Sr. Arnaldo Jabour!
“A política esta tão repulsiva que vou falar de sexo.

Outro dia a Adriane Galisteu deu uma entrevistadizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. E isto mesmo.
Quem ousa namorar a Feiticeira ou a Tiazinha?

As mulheres não são mais para amar; nem para comer. São para "ver".
Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones?

Prometem-nos um prazer impossível,um orgasmo metafísico, para o qual os homens não estão preparados...As mulheres dançam frenéticas na TV, com bundas cada vez mais malhadas, com seios imensos, girando em cima de garrafas, enquanto os pênis-expectadores se sentem apavorados e murchos diante de tanta gostosura.

Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador".
Essas fêmeas pós-industriaisforam fabricadas pelo desejo dos homens ou, melhor, pelo desejo que eles gostariam de ter ou, melhor ainda, pelo poder fálico que as mulheres pensam que os homens possuem.

O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas almejam ser, é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "barbarela",a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão. Antigamente, a prostituta era dócil e te servia.

O homem pagava para ela "não" existir.
Hoje,a cortesã moderna "existe" demais. Diante delas, todos se arriscam a brochar, apesar de desejá-las como nunca.

Brochura que advem diante destas deusas não e por moral ou culpa; e por impossibilidade técnica.
Quem se atreve a cair nas engrenagens destes "liquidificadores"?
Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há.
Os "malhados",os turbinados"geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou.

Ou, então, reprodutores como o Szafir, para o Robô-Xuxa. A atual "revolução da vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres. Ilusão à toa.
A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso:superobjetos.

Se pensando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor e dinheiro. São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades.
Mas, diante delas, o homem normal tem medo.
Elas são areia demais para qualquer caminhão.

Por outro lado, o sistema que as criou enfraqueceos homens que trabalham mais e ganham menos, tem medo de perder o emprego, vivem nervosose fragilizados com seus pintinhos trêmulos, cadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente,puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme"jamesbondiano" dos anos 60.

No sexo neoliberal, o homem brasileiro perdeu o machismo orgulhoso do tempo das mulheres-objeto artesanais.
A mulher pós-industrial o assusta.
Não há mais o grande "conquistador".

Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como oHuck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeurs, Ah, que saudades dos tempos das bundinhas e peitinhos "normais" e sempre disponíveis...."

Arnaldo Jabour

07 abril 2009

- De Chico Buarque

Sérgio Buarque de Hollanda

Depoimento escrito em 68 e publicado na Folha de São Paulo em 19 de outubro de 1991A imagem que o público fixou de meu filho não é correta. Para o público, Chico é tímido (antes de tudo, tímido), bonzinho, retraído. Nada disso. Pelo menos em família e com os amigos, é completamente diferente, um rapaz brincalhão, extrovertido, bem para fora. Quando ele aparece em público, torna-se diferente. Talvez seja o medo de parecer ridículo. Mas podem crer, ele não é tímido, nem bonzinho. É, sem dúvida, uma boa pessoa. Mas não bonzinho, no sentido em que esta palavra é interpretada. Quando criança, jamais foi um rebelde. Posso assegurar que se tratava de uma criança normal. Procurava sempre ser independente. E essa independência ele afirmava, procurando fazer tudo o que faziam os irmãos mais velhos. Nem um "amor de criança", nem um "enfant terrible". Normal. Não era nem ligado ao pai nem à mãe. Dava-se bem com todos. Com as irmãs, tias e avós. Quando viajamos para a Itália (nesse tempo tinha 8 anos), deixou para avó um bilhete: "Avó, vou para Itália. Quando eu voltar, provavelmente a senhora estará morta. Mas não se preocupe. Eu vou me tornar um cantor de rádio. É só a senhora ligar o rádio do céu que vai me escutar".

Desde menino, sempre se interessou por música e futebol. Jogo, não perdia uma irradiação. Seus ídolos eram Telê, do Fluminense, e Pagão, do Santos. Na Itália, torcia pelo Genova. Da música popular, seus ídolos eram Ismael Silva, Caymmi e Ataulfo Alves. Mas tarde, João Gilberto, de quem procurava imitar o estilo. Não acredito que Noel exerça influência sobre Chico. A maior semelhança entre os dois é a temática: urbana. Caymmi, Ataulfo e Ismael marcaram mais que Noel. Chico também não é um compositor de classe média, como afirmam por aí. Não há dúvida, Noel e Chico também se assemelham um pouco, porque ambos enfocam temas urbanos. Nada mais. Aliás, há no Brasil uma mania de Noel! Qualquer compositor que surge é imediatamente comparado com o grande criador carioca. Creio que há um pouco de exagero em tudo isso. Quando surgiu a bossa-nova, Chico se encontrou com ela. Apreciava muito João Gilberto e ouvia-o seguidas vezes. Vinícius, muito amigo da família, aparecia sempre em festas e Chico ficava a ouvi-lo, com grande admiração. Desde cedo, Chico já tinha namorada. Sempre foi muito vivo e alegre. Jogava futebol nas ruas, como todos os garotos de sua idade. Quanto aos estudos, dedicava-se a eles principalmente às vésperas de exame. Estudava duas ou três horas seguidas, depois cansava e ia se divertir. Em 1962, quando terminou o curso científico, foi orador da turma, provocando muitas risadas com seu discurso cheio de humor.

O sucesso não o mudou essencialmente, chateia-o um pouco, apenas. Hoje, não pode sair às ruas sem que lhe venham pedir autógrafos. Para ir à praia, há dificuldades, só em São Conrado. Bem longe. Continua fiel aos amigos, embora não tenha muito tempo para se dedicar a eles. Assim que chega a são Paulo, telefona para todos, organiza noitada com eles. Chico sempre viveu em bando, com muitos amigos, uma verdadeira turma. Sua formação é, sem dúvida, paulista. Nasceu no Rio, mas quando completou 2 anos, mudamos para São Paulo. Aqui, passou toda sua infância. Preferiu fazer o científico porque achava que o curso clássico era coisa de mulher. Dado momento, escolheu um ramo bem aproximado do artístico: arquitetura. Ficava em casa criando cidades imaginárias. Todas tinham uma fonte no meio da praça: lembrança das fontes de Roma, onde moramos algum tempo. Chico, em vez de começar a falar, cantou. Desde que tentou se expressar foi através da música. Mas tarde, ficava com as irmãs aí pela sala, inventando música. Dizia que já que não conhecia de cor música de outros compositores, era obrigado a inventar as próprias. O sucesso veio de repente, sem que ninguém esperasse. Recebi a notícia de que Chico tinha ganho o Festival de Música Popular Brasileira com "A Banda", quando estava em Nova York.

Um jornal norte-americano publicou a notícia. Claro que me senti muito orgulhoso. Cheguei à conclusão - o que uma revista publicou na época - de que, antes, ele era meu filho. E depois do festival eu passei a ser o pai dele. Não há posição melhor. Têm surgido boatos por aí, de que eu componho as músicas para ele. Mas, meu Deus, quem sou eu para ter tanto talento? Se eu soubesse escrever músicas como ele, há muito tempo não seria eu mesmo, mas Chico Buarque de Holanda. São boatos sem fundamentos, como muitos que vão por aí. Como essas notícias que circulam, afirmando coisas que jamais afirmamos. Um jornal carioca publicou que, após ver a peça "Roda Viva", eu tinha dito: "eu sabia que havia tudo isso aí dentro do meu filho".

A frase talvez pudesse ter sido dita por mim, mas que não disse, não disse. Das suas músicas todas, gosto mais de "A Banda", "Pedro Pedreiro", "Roda Viva" e "Carolina". Nunca me esquecerei do dia em ouvi "A Banda" pela primeira vez, em Nova York, na casa de um amigo. Foi uma grande emoção. Não obstante todo o sucesso, o qual não lhe provoca muito prazer, é bem capaz de Chico largar tudo isso e partir para uma outra coisa qualquer, bem diferente. Ele é bem capaz disso. Muito inquieto. Muito inteligente. Sempre gostou muito de ler. Guimarães Rosa é um de seus autores preferidos. Quando fez "Pedro Pedreiro", inventou uma palavra: penseiro.Talvez inspirado em Guimarães Rosa, que também era dado a inventar palavras.Tolstoi e Dostoiévski também eram seus favoritos. Assim como Kafka. Em geral, ele ia lendo tudo o que caía em suas mãos. A música é responsável por ele ter abandonado o curso de arquitetura, decisão que tomou sozinho. O sucesso abriu uma impossibilidade de estudar. Excesso de compromissos, solicitações. Creio que, na música, ele se realiza mais, se torna muito mais feliz. É preferível um compositor realizado, que um arquiteto frustrado, como todo mundo sabe. Quando vai compor, geralmente fica isolado, no quarto, sozinho. A música e a letra sempre nascem juntas, uma ligada à outra, indissoluvelmente. Encontrou grande dificuldade em musicar "Morte e Vida Severina", porque a letra não era sua. Desde que aprendeu a tocar violão, com sua irmã Heloisa, hoje casada com João Gilberto e morando em Nova York, nunca mais deixou de compor. Sua adolescência foi normal, sem nenhum conflito especial. Posso considerá-lo um rapaz feliz. Suas primeiras composições falavam de amor. Mais tarde, quando ingressou na faculdade, passou a fazer música de participação, sendo que a primeira foi "Pedro Pedreiro". A família ficou um pouco tonta com o sucesso tão fulminante, tão rápido. Mas já nos acostumamos. Chico é que não se habituou a ele. Ficou muito contente de ter ido a Paris, porque ninguém o conhecia por lá.

Talvez o sucesso tenha provocado uma espécie de defesa, tornando-o um pouco retraído. De fato, meu filho não é tímido. É bem diferente a imagem que temos dele. Trata-se de uma pessoa normal, alegre, sem problemas graves de personalidade. Eu sei o que eu estou falando.

Sou seu pai há 23 anos.

06 abril 2009

- Sea Wave

Cliente: SEA WAVE SURF SHOP
Produto: VT 30"
Veículo: RBS TV

01 abril 2009

- Será mesmo que você é substituível?"


Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.
Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:
-"Ninguém é insubstituível".
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.
Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça.
Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar oatrevido:
-Alguma pergunta?
-Tenho sim.E Beethoven?
-Como? - o encara o gestor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?
Silêncio.
Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço eachei muito pertinente falar sobre isso.Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas,no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro daorganização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por nolugar.

Quem substituiu Beethoven?
Tom Jobim?
Ayrton Senna?
Ghandi?
Frank Sinatra?
Garrincha?
Santos Dumont?
Monteiro Lobato?
Elvis Presley?
Os Beatles?
Jorge Amado?
Pelé?
Paul Newman?
Tiger Woods?
Albert Einstein?
Picasso?
Zico (até hoje o Flamengo está órfão de um Zico)?

Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o quesabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis. Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionadopara alguma coisa.

Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos ecomeçarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focandono brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em repararseus 'gaps'.Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso erainstável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico....O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras dearte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seustalentos.

Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe evoltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro.Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.Se seu gerente/coordenador, ainda está focado em 'melhorar asfraquezas' de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder quebarraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ternotas baixas na escola, Beethoven por ser surdo.E, na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões 'foi pra outrasmoradas'; ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena efalou mais ou menos assim:

"Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias...e hoje, para substituí- lo, chamamos:..

-Ninguém... pois nosso Zaca é insubstituível"Portanto nunca esqueça:

- Você é um talento único... Com toda certeza ninguém te substituirá!"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso.

O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceanoserá menor."