30 dezembro 2009

- A VIRADA


Resolvi brincar com amigos comuns sobre a virada.
Virada de colchão?
Virar de lado?
Virar a mesa?
Virar a cara?
Virar o bife?
Virar manézinha’s? (tenho estado tanto na ilha...)...Ou trocar de ano?
Assumir um DEZ assim de cara?
E não cabe nem nove e meio?
2010.
O que nos reservará este ano par?
Par com políticos. Par com jogadores. Par com imprensa. Par com um novo neto.
Par com o caminho da meia idade querendo se atrever a me apresentar um novo estágio. Urgh!
Mas como fico com meu Deus? Quero estar 100% com ELE.
E essa minha cara que nem tá mais amassada ?
Eu aqui com tanta sede de vida. De tudo ainda.
Parece mesmo que Rolling Stones nem foi tão distante, tão dizendo até que Micky Jagger pode estar por aqui, ali na ilha onde estou tão rotineiramente.
Onde deixei uma filha faz dez anos, onde ganhei um genro carioca, onde revi grandes amigas do passado (salve Ilca!) onde dei a cara para um jovem cirurgião fazer umas “pences”.. Onde vejo anoitecer e amanhecer agradecendo.
Que belo estado!
Que benção meu Deus estar tão perto de tanta coisa linda!
Mas eu falava da virada, não do virado ..à paulista (rs!), nem mesmo em nenhuma tomada de decisão radical para 2010.
As coisas vão indo bem, vão caminhando, trotando como um bom cavalo de corrida.
Avançando... Com pressa sim! Mas astuto, veloz, equilibrado, sensato, sutil... Puxa, na vida temos que compor tantos personagens...
...E se eu deixar correr? Engordar? Mandar tudo prá algum lugar?
Vestir meus chinelos, assumir meus grisalhos, brincar de ser criança tal quais meus netos.
E se eu não quiser mais entender nem ser compreendida?
E se eu quiser pedir de novo aquela música, voltar aquele estágio, contrapor?
Mas já não tenho 20 anos...
Mas sem desenganos posso afirmar que ao virar novo ano alguma coisa suscita: SURPRESA!
E sei que tudo o que não conheço eu quero ver, ou talvez eu queira ter mesmo que dure a fração mágica de uma virada de ano, me trazendo a magia do novo.A diversidade de talentos. O jogo de cintura.
Esqueçam a preguiça e Feliz ano novo!
Fora impuros, atrozes e gananciosos
Salve amigos do planeta, felizes somos, você e eu, eu e você que estamos vivos, e juntos faz tempo... Tanto tempo...Meio século já. Acredita?
Obrigado SENHOR!


Ireninha
00:51 - 30.12.09



10 dezembro 2009

- Familia

Sobre o conceito de família há muito para dizer... Concordo plenamente que os pais hoje em dia vivem em função dos filhos.Por coincidência, enviam este texto para refletir... Não conheço que o escreveu, mas está em tudo enquadrado no tema."Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis. E um exército de professores explicadores, > educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição. Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho. Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. Não deixa de ser uma lástima. Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!"


João Pereira Coutinho