26 junho 2009

- Michael Jackson

New York
Caramba!
Mal coloco os pés em casa e vem a BOMBA!!!!
ichael Jackson está morto!
Na minha peça, “Circo de Rins e Fígados”, Marco Nanini dizia (numa entrevista fictícia sobre o astro Peter Pan que acaba de morrer): “Não é homem nem mulher, não é branco nem negro, não é adulto nem criança”. De fato, MJ transcendeu a figura humana. Poucos fizeram isso na nossa história recente.
Estávamos em 2005 e Jackson se encontrava em mais um desses escândalos de moléstia, mais crianças encontradas em seu LaLaLand e o ídolo escondido (guarda-chuvas, chapéu entrerrado na cara, lenço para se esconder) dançava no topo de uma limousine na frente do tribunal em Los Angeles. Imagino o que Greta Garbo acharia dessa cena.
Pode ser que a autópsia revele que ele tenha morrido por excesso de anti-depressivos, ou cocktail de “prescription drugs”, ou seja, drogas tarja preta. Na minha opinião, Michael Jackson já estava num processo de morrer há muito tempo, se isolando em bolhas de oxigênio, não querendo respirar o mesmo ar que o resto de nós.
Morreu por excesso de higiene!
Será?
O que se pode dizer dele? Genial? Certamente.
Eu o vi, junto com a minha ex-sogra, Sir. Fernanda Montenegro e toda a minha trupe em Lausanne, Suíça, em 1992. Surgia de um buraco feito no palco como se fosse um boneco inflado e parado ficava. O público ria de nervoso porque o impacto da subida era forte demais para um ser humano. Pois é! Forte demais para um ser humano. E por um minuto e meio ele não se mexia depois de “subido”, lá plantado.
De repente, ao leve som de um instrumento, move-se um braço. O povo delira, vai abaixo.
Bem, o resto é história.
Uma bela, triste história, como poucos, poucos verdadeiros ídolos mágicos do nosso imaginário podem provocar. Não importa a causa da morte, na verdade. Importa, sim, que morreu um poeta excêntrico, um menino do Jackson 5 que morria de medo do seu próprio império e que queria que o tempo parasse! E fazer o tempo parar é uma equação impossível, assim como é impossível achar a fonte da eternidade (“Fausto” de Goethe ou Marlowe), assim como é impossível se superar como Michael Jackson se superou virando monstros, bichos, virando um thriller ele mesmo. E ao virar isso tudo, ele acabou por dar a volta no Universo. Esse Universo tão grande e tão escuro em que ontem, uma estrela, Michael Jackson, se apagou, deixando legiões de planetas, satélites, asteróides, enfim, uma galáxia inteira totalmente desolada.


Gerald Thomas

- CHS convite festa junina


12 junho 2009

- Receita para manter-se jovem

Receita de Dona Cacilda

Dona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão.
E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução.
Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.
- Ah, eu adoro essas cortinas...
- Dona Cacilda, a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera um pouco...
- Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa.E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem...Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.
- Simples assim?
- Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em conseqüência, os sentimentos.
Calmamente ela continuou:
- Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.
Depois me pediu para anotar:

COMO MANTER-SE JOVEM:
1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso.
2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.
(Lembre-se disto se for um desses depressivos!)
3. Aprenda sempre: Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso. 'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!
4. Aprecie mais as pequenas coisas .
5. Ria muitas vezes , durante muito tempo e alto.
Ria até lhe faltar o ar. E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!
6. Quando as lágrimas aparecerem Aguente, sofra e ultrapasse.
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios. VIVA enquanto estiver vivo.
7. Rodeie-se das coisas que ama: Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja. O seu lar é o seu refugio.
8. Tome cuidado com a sua saúde: Se é boa, mantenha-a. Se é instável, melhore-a. Se não consegue melhora-la , procure ajuda.
9. Não faça viagens de culpa . Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa .
10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.

- Para refletir

E AI UM DIA...

Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4 000 metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali.
Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim.

Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor.
Seu medo da velhice, suas preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada. Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que termina e não volta a acender mais. Fim.

Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e sofrimentos.
Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo.
Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só o hoje existe

Por Adriano Silva 04/06/2009 – Revista Exame

10 junho 2009

- Viver despenteada

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie,
por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade…
O mundo é louco, definitivamente louco…
O que é gostoso, engorda. O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia…
- Fazer amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.- Beijar à pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite,
deixa seu cabelo irreconhecível…Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo bagunçado… mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida. É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.
Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável, toda arrumada por dentro e por fora, O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:
Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça, coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique seria… e talvez deveria seguir as instruções, masquando vão me dar a ordem de ser feliz? Por acaso não se dão conta que para ficar bonita eu tenho que me sentir bonita…
A pessoa mais bonita que posso ser!
O único que realmente importa é que ao me olhar no espelho,veja a mulher que devo ser.Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:
Entregue-se,
Coma coisas gostosas,
Beije, Abrace, dance, apaixone-se, relaxe,
Viaje, pule,durma tarde, acorde cedo, Corra, Voe,
Cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável,
Admire a paisagem, aproveite, e acima de tudo, deixa a vida te despentear!!!!
O pior que pode passar é que, rindo frente ao espelho,
você precise se pentear de novo...

autor(a) desconhecido(a)

08 junho 2009

- 80 anos Beverly

7 de Junho memorável com as comemorativas dos 80 anos da colunista, amiga da cidade de Criciúma, mãe,
avó, bisavó : Beverly Godoy Costa.
Nos flahes ela com a parcial de sua big family e em outro click com a filha Angelís que lhe presenteou com uma bengala.
O presente entre criativo, bizarro e útil entrou logo na bolsa de apostas...Será que ela vai usar?
Um grande abraço Dona Beverly! Completar 80 anos não é prá quem pode, nem prá quem quer...é para quem merece, e este é sem duvida o seu caso.


02 junho 2009

- De volta ao lar


"A favela em que alguém cresceu não tem menor valor, em sua memória afetiva, do que o palácio em que cresceu o príncipe. Em desespero, corre-se para lá"

O jogador Adriano, da seleção brasileira e do Internazionale de Milão, primeiro se notabilizou pelos gols. Aos gols minguantes sucederam farras crescentes. As farras transformaram-no em pivô de escândalos. Nos últimos dias virou, aos 27 anos, personagem de drama. Para quem não acompanhou a história, Adriano, depois do último jogo da seleção, em vez de voltar para a Itália, sumiu. Correu até que teria sido baleado. Ao reaparecer, deu uma entrevista que continha dois pontos fundamentais. O primeiro foi o bombástico anúncio de que iria parar, pelo menos temporariamente, de jogar futebol. "Perdi a alegria de jogar", disse. O segundo, a informação de que passara os dias de sumiço na favela Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde nasceu e cresceu. Ficou-se sabendo que com freqüência ele se refugia na favela. "Estou sempre aqui", diz, num vídeo feito por holandeses na Vila Cruzeiro. "Amo minha favela." Ambos os pontos conduzem a questões mais amplas.

A primeira tem a ver com o futebol mesmo. Não há caso similar, até onde a vista alcança de jogador que, ainda com anos de carreira pela frente e ganhando uma fortuna, tenha decidido abandonar tudo. Jogador que perde a alegria de jogar é triste como palhaço que não vê mais sentido em fazer graça, artista plástico que não mais se encanta pelas cores ou filósofo para quem especular vira uma chatice. Adriano é um caso especial. Ele hoje nega, mas já admitiu problemas com alcoolismo. Talvez sofra de depressão. Mesmo assim, seu caso é emblemático. Ele sumariza o novo "trato dos viventes", para usar o título do livro do historiador Luiz Felipe de Alencastro sobre o comércio de escravos no Brasil, em que se transformou a indústria do futebol.

Não; não se pode comparar a situação do escravo transplantado da África para uma vida de sofrimento no Brasil com a do jogador exportado para uma vida de riqueza no exterior. Exceto por três fatores – um, que se trata igualmente de comércio em que a mercadoria são pessoas; dois, que na maior parte das vezes envolve gente de pele escura; e três, que para essa gente/mercadoria o lado de lá da linha significa o desterro. Adriano transferiu-se para a Itália aos 19 anos. Foi disparado, sem escala para aclimatação, da Vila Cruzeiro a Milão. À penúria da favela seguiu-se a era das mansões, das mulheres e dos carrões. O preço a pagar foi o de ter desembarcado num mundo de língua, hábitos e referências novas – tanto mais atordoantes para quem tem formação deficiente e estrutura psicológica frágil. Seu caso chama atenção para o lado obscuro do sucesso dos artistas da bola.

A segunda questão suscitada pela entrevista de Adriano, sobre seu refúgio na Vila Cruzeiro, serve como involuntária contribuição a um debate hoje na ordem do dia no Rio – o da expansão das favelas. O governo estadual projeta construir muros para proteger áreas verdes do avanço das construções. A moda do muro, que viceja da Cisjordânia à fronteira EUA-México, chega ao morro carioca como símbolo de uma rendição: desiste-se da urbanização, da fiscalização e outras providências que exigem seriedade de propósitos e continuidade administrativa em favor de um golpe de tijolo e cal. A contribuição de Adriano ao debate é apontar uma razão pouco citada para a expansão das favelas: o fato de muita gente gostar de morar nelas. De o apego à favela, numa multidão de brasileiros, ser um traço cultural.

Aos que só observam a favela de longe, como a um planeta distante, parece inconcebível que alguém possa preferir a Vila Cruzeiro a Milão. Adriano, que estaria construindo uma casa na favela, é a mais ilustre evidência em contrário. Ele é fruto daquele ambiente meio aldeia e meio cidade, meio roça e meio bairro de subúrbio, em que o costume é morar todo mundo grudado, partilhar fortemente sua vida, andar pelas vielas de chinelos e bermudas, aceitar o convívio com o tráfico como no asfalto se aceita conviver com o delinqüente de colarinho-branco – e não troca isso "por nada e por ninguém", como diz no filme dos holandeses. Os verdadeiros paraísos são os paraísos perdidos, escreveu Marcel Proust. O paraíso que Adriano perdeu ao se lançar mundo afora, é a Vila Cruzeiro. A favela em que alguém cresceu não tem menor valor, em sua memória afetiva, do que o palácio em que cresceu o príncipe. É o lugar em que sentiu os primeiros cheiros e ouviu os primeiros sons. Na hora em que a mente se perturba, corre-se para lá, na busca de segurança e de aconchego, como quem corre, em desespero, em busca da pátria.

Roberto Pompeu de Toledo