09 março 2009

- Exemplo de Honestidade

No último dia 20 de maio, viajei com minha família ao Uruguai.
Ao chegar à cidade de Chuí dei por falta de minha máquina fotográfica. Olhei dentro do carro e não a encontrei. Imaginei que a câmera deveria estar entre a bagagem, já que o carro estava lotado.
Quando chegamos à Fortaleza Santa Tereza, paramos para tirar uma foto e nada de encontrarmos a máquina. Nesta hora dei-me conta de que minha máquina “já era”!
Meu cunhado Rogério, rindo da situação, comentou: “Alguém vai encontrar olhar as fotos, identificar e vai te enviar a máquina pelo correio”.
E pasmem: não é que aconteceu exatamente desta forma?!
Nesta semana, um senhor chamado Marqueto, de Porto Alegre, ligou para o meu cunhado Rogério perguntando se ele esteve em Chuí.
Rogério, apesar de muito ressabiado (pensando o pior, o que teria feito naquele país que não havia se dado conta?), confirmou que realmente estivera no Uruguai. O senhor então perguntou se ele havia perdido algo.
Rogério logo respondeu que sim. Que a cunhada havia perdido uma máquina de fotográfica. Ao que Marqueto exclamou: “Ah, então estou falando com a pessoa certa”.
Este senhor contou que também esteve lá na mesma hora em que nós estivemos e, ao passear pelas ruas de Chuí viu uma algo brilhando em uma poça d`água, abaixo-se e lá estava a máquina.
Seria muito mais cômodo para ele, se tivesse entregado a um policial, dizendo que havia encontrado.
Mas o que fez?
Durante 15 dias ele teve a preocupação de nos identificar e devolver a máquina.
Ao olhar as fotos tiradas viu que em uma aparecia o carro de Rogério e a placa do mesmo. Foi ai que começou sua história de identificação. Teve o trabalho de localizar o proprietário, cidade, bem como seu fone celular.
Ao identificar o proprietário do veículo Rogério Maier não mediu esforços e ligou.
O senhor Marqueto falou que enviaria a máquina pelo correio e ainda recomendou que Rogério o avisasse assim que a máquina estivesse em suas mãos para saber se tudo estaria certo.
Uma pessoa com esta atitude não se encontra em qualquer esquina e muitos menos a toda hora. Ainda queria saber se a máquina chagaria ao seu destino final!
Imaginam se todas as pessoas que encontram algo na rua fizessem à mesma coisa?
Não dá para acreditar, mas foi exatamente assim que aconteceu comigo.
Fiquei muito feliz por encontrar alguém que se preocupa com outro, talvez não pelo valor da máquina, mas pelo seu exemplo de vida, honestidade e atitude.

Nunca imaginaria que isto fosse acontecer comigo um dia.
Perder algo em outro país e ainda recebê-la de volta, exatamente como a perdi.

Neda Traldi /maio 2008

Nenhum comentário:

Postar um comentário